Miastenia gravis: o que é, sintomas e tratamento

A miastenia gravis é uma condição rara, que afeta os músculos causando fraqueza, dificuldades na mastigação e fala, além de afetar também a vista, causando o efeito de visão duplicada.

Sendo uma doença autoimune, ou seja, causada por uma falha no próprio sistema imunológico, ela tende a piorar conforme o tempo passa.

Mulheres são as mais afetadas pela miastenia gravis, já que ela pode se manifestar em faixas de idade entre os 20 e 35 anos. A partir dos 60 anos, a doença afeta igualmente ambos os sexos.

O que é a miastenia gravis?

A causa da miastenia gravis é um mau funcionamento do sistema imunológico, sendo considerada uma patologia autoimune, fazendo com que ele ataque as células presentes nas junções neuromusculares.

Espalhadas por todo o corpo, essas células são responsáveis por transmitir os comandos dos neurônios para os músculos. Então, quando isso ocorre, uma substância chamada de acetilcolina estimula os nervos musculares.

Por algum motivo ainda não conhecido, o sistema de anticorpos do organismo pode ver a acetilcolina como uma substância estranha e, por conta disso, ataca os locais em que ela é produzida. Isso faz com que o corpo perca o controle dessas regiões atingidas.

Os membros mais sofrem por esse comportamento são os braços, pernas e olhos. Porém, em casos mais sérios, há o comprometimento do pulmão.

Quais são os principais sintomas?

Por poder afetar diversos membros do corpo, os sintomas da miastenia gravis podem variar dependendo de qual área a produção de acetilcolina foi afetada. Porém, os sintomas mais comuns podem ser:

– Dificuldades em engolir e mastigar;

– Dificuldades na fala;

– Visão dupla;

– Fraqueza muscular de braços e pernas;

– Queda das pálpebras.

Em casos mais graves, a doença também pode afetar os pulmões, causando sérios problemas de respiração, como a insuficiência respiratória.

No início da doença, os sintomas ocorrem em intervalos longos de tempo, mas acabam se tornando recorrentes com o passar de semanas ou meses.

Os sintomas que comprometem a visão são os mais comuns e afetam metade dos pacientes diagnosticados com miastenia gravis e permanece apenas com eles. Em alguns casos, é possível que os sintomas afetem apenas um membro isolados.

Por estar muito relacionada ao funcionamento dos músculos, pode-se perceber os sintomas da miastenia gravis após intensos exercícios físicos ou movimentos repetitivos.

A miastenia gravis pode afetar diversas regiões diferentes do corpo e que variam de pessoa para pessoa. Dessa forma, os pacientes tendem a procurar diferentes profissionais dependendo do sintoma notado, desde um oftalmologista até um otorrinolaringologista.

É importante ressaltar, no entanto, que o profissional mais indicado para tratar a miastenia gravis é um neurologista, visto que ela é uma doença neuromuscular.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da miastenia gravis é clínico e pode também contar com exames complementares.

Pode ser solicitado uma eletroneuromiografia que ver a reação de um músculo a partir de estímulos repetitivos.

Um comportamento notado por especialistas é que, pessoas que apresentam miastenia gravis, tendem a demonstrar alterações em uma glândula no tórax, chamada de timo. Por conta disso, pode ser solicitado uma tomografia cujo objetivo é verificar se há um tumor nessa região chamado de timoma.

Por possuir sintomas muito semelhantes a outras doenças, o neurologista poderá solicitar um exame de ressonância magnética justamente para verificar se os sinais apresentados no paciente não são de outra patologia.

Em casos em que haja uma crise miastênica — um agravamento dos sintomas da miastenia gravis — é crucial que o paciente seja internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Isso ocorre para garantir que a crise não acabe evoluindo para uma insuficiência respiratória.

Tratando a miastenia gravis

Embora não possua cura, o tratamento da miasteinia gravis ajuda na diminuição dos sintomas, permitindo que o paciente possa ter uma vida normal. Apesar disso, a miastenia gravis não é uma doença neurodegenerativa (que possui um agravamento severo de seus sintomas com o passar do tempo).

Uma das primeiras medidas do tratamento é a utilização de medicamentos que neutralizam a enzima que ataca a acetilcolina. Dependendo de como for a evolução, pode ser que outros remédios como corticoides e imunossupressores também sejam receitados.

Além disso, outra medida de tratamento, a depender da intensidade dos sintomas de cada paciente, é o tratamento com imunoglobulina e plasmaferese:

Imunoglobulina: são injetados anticorpos diretamente na veia do paciente, isso causa uma mudança temporária no comportamento do sistema imunológico.

Plasmaferese: o sangue o paciente é filtrado, drenando certos elementos que podem ser os responsáveis pelo aparecimento da miastenia gravis no organismo.

Por fim, os acompanhamentos para o tratamento da miastenia gravis seguem durante toda a vida do paciente. Seguindo de maneira correta as indicações do seu neurologista, a pessoa poderá ter uma vida normal, sempre atenta ao surgimento ou agravamento dos sintomas.

Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista

CRM: 145.455

RQE 89792

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Dr. Bruno Miniello

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