Neurociência na educação: como a aprendizagem funciona no nosso cérebro?

Já imaginou o quanto a neurociência pode contribuir na educação e processo de aprendizagem de crianças, jovens e adultos?

Conforme pesquisas, o processo educacional que se dá por meio da neurociência é um fundamental para potencializarmos os ensinamentos pedagógicos.

Todos nós já tivemos algum livro, filme, série ou artigo que mudou nossa percepção sobre o mundo, certo? A emoção ao aprendermos/refletirmos sobre algo é pautado na nossa forma de envolvimento com determinado conteúdo: como, por que, de que maneira, em qual contexto e aparato adquirimos conhecimento.

Não é à toa que com muitas escolas, médicos e instituições sempre estão inovando a metodologia da educação e aprimorando os conhecimentos com base de estudo da neurociência.

O que é a neurociência?

Sendo uma área que vem ganhando cada vez mais espaço e interesse na medicina contemporânea, a neurociência é o estudo que se dedica a analisar e esclarecer como funciona o sistema nervoso. Segundo Bartozeck (2006), a neurociência tem permitido uma análise mais precisa dos neurônios que estão relacionados a capacidades intelectuais como linguagem, criatividade e raciocínio.

Essas ligações neurais, somado a outras atividades mais complexas, permitem que o cérebro humano armazene lembranças, além de programar diversos outros comportamentos do nosso corpo que sequer estamos cientes de que estão ocorrendo, como temperatura corporal e a manutenção pressão sanguínea (Bartozeck, 2006).

A neurociência na educação e aprendizado

Ao absorver novos aprendizados, o cérebro de um aluno, por exemplo, molda-se aos estímulos do ambiente ao redor. Segundo Bartozeck (2006), quanto mais estimulado é o órgão, maior a quantidade de novas sinapses os neurônios irão formar. Quanto mais contato com esse mesmo ambiente, mais o cérebro intensifica as sinapses, fazendo com que as informações processadas sejam armazenadas de maneira eficiente na nossa memória.

Em seu A Neurociência e Educação, Carvalho (2010) mostra que, por conta da capacidade do cérebro em realizar novas conexões e sinapses entre as células cerebrais, o processo de aprendizado e conhecimento não é simplesmente um armazenamento de informações. Por detrás disso há um complexo sistema de interações entre o que já foi memorizado e as novas experiências que irão, eventualmente, criar aprendizados.

A capacidade de agregar dados novos com informações já guardadas, através de suas percepções e sentidos, permite a pessoa utilizar seu aprendizado, fixado no ambiente escolar, em outras situações da vida (Carvalho, 2010).

Dessa forma, para que o processo de aprendizagem seja efetivo, é necessário que o cérebro esteja em um ambiente que estimulem a criação de novas sinapses. Em uma sala de aula, por exemplo, quanto mais complexo for um exercício proposto pelo docente para os alunos, mais se eleva o grau de raciocínio, intensificando a ativação das sinapses e criando um fluxo neural que irá permitir a perduração do aprendizado.

A neurociência e os transtornos de aprendizado

Por conta dos avanços da neurociência, hoje é possível identificar como ocorre os mais diversos aprendizados, visualizar transtornos e dificuldades nessa atividade. Visto principalmente em crianças, quando elas ainda estão no ensino infantil, os transtornos de aprendizados são diversos e podem ter diversas origens, confira abaixo alguns deles:

– TDAH: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma doença neurobiológica que afeta a capacidade do indivíduo em se focar em tarefas monótonas e repetitivas, além de sofrer com desatenção e dificuldades em se concentrar;

– Dislexia: trata-se de um transtorno genético e hereditário que afeta a linguagem. O paciente tem dificuldades em aprender a ler, escrever e a compreender textos. Dependendo do grau, os portadores desse transtorno não conseguem associar os fonemas (sons das palavras) com as letras;

– Discalculia: semelhante à dislexia, mas com a diferença de afetar áreas do aprendizado de matemática e cálculos. O portador desse transtorno, dependendo do grau, pode ter dificuldades em estimar quantidades, realizar cálculos matemáticos que sejam mais longos e complexos e esquecer operações básicas mesmo após horas de prática.

Sintomas comuns de transtornos de aprendizado

Apesar de naturezas diferentes, os transtornos de aprendizados tendem a apresentar alguns sintomas comuns e podem servir como alerta inicial. Dentre os principais, estão:

– Dificuldade persistente em aprender novas habilidades, como ler e a escrever;

– Perda de memória a curta ou longo prazo;

– Não conseguir se planejar de maneira organizada;

– Falta de atenção.

Se alguma dessas características se mostrar persistente durante seis meses ou mais, pode ser que a pessoa possa portar algum tipo de transtorno de aprendizado. Nesse caso, é importante que haja um acompanhamento de um neurologista para identificar se existe de fato algum distúrbio e qual é o melhor tratamento.

Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista

CRM: 145.455

RQE 89792

Referências

CARVALHO, Fernanda Antoniolo Hammes de. Neurociências e educação: uma articulação necessária na formação docente. Trabalho, Educação e Saúde, v. 8, n. 3, p. 537-550, 2010.

BARTOSZECK, Amauri Betini. Neurociência na educação. Revista Eletrônica Faculdades Integradas Espírita, v. 1, p. 1-6, 2006.

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Dr. Bruno Miniello

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