O AVC em mulheres se comporta de maneira diferente do que nos homens?

Recentemente, a revista Stroke publicou o tema sobre “Women and Stroke”, nesse artigo, buscou-se responder “Are women’s signs of stroke different than men’s?” ou seja, se os sinais de AVC nas mulheres eram mesmo diferente do que nos homens.

No artigo, a apresentação clínica analisou casos de AVC ( Acidente Vascular Cerebral), por meio de estudos que incluíam desenhos do estudo de corte, transversal, caso controle e randomizados na relação comportamental do sexo feminino.

O estudo científico do AVC em mulheres

A análise organizou 60 estudos com 580 mil pacientes (50% eram mulheres), concluindo que há uma diferença substancial nos sintomas de AVC no sexo feminino, pois elas sofrem sintomas “não focais”, ou mais discretos. Ou seja, no AVC agudo, as mulheres são afetadas por sinais mais difíceis de serem reconhecidos.

No estudo da Revista Stroke, as mulheres com menos de 35 anos têm 44% mais chances de sofrer um AVC do que os homens. Essa pesquisa foi fundamentada na estatística da análise de 16 estudos comparativos sobre os gêneros masculino e feminino de AVC.

Entretanto, é válido mensurar que a busca pelo médico neurologista para avaliar os casos corretamente se torna imprescindível. É mais complexo diagnosticar o AVC em mulheres, ainda mais pelo fato de os sintomas serem individuais. Por esse motivo, é necessário a busca por artigos e estudos científicos que delimitem como o AVC se comporta em homens e mulheres, para ser possível manusear os tratamentos de forma mais precisa e mais imediata.

Os sintomas do AVC em mulheres são mais graves?

De acordo com a revista Stroke, os sintomas do AVC em mulheres são mais leves. O AVC pode afetar qualquer pessoa e em qualquer idade. Mas, elas são desproporcionalmente mais afetadas pelo AVC do que os homens, com mais risco de morte, uma vez que os sintomas são muita das vezes negligenciados por não ser tão típicos como nos homens. Alguns dos sintomas “não focais” nas mulheres são:

  • Alterações comportamentais;
  • Dores de cabeça;
  • Confusão mental;
  • Sonolência súbita.

Além disso, os sintomas mais frequentes do AVC nos homens e nas mulheres incluem:

  • Dormência/ fraqueza no rosto, braço ou perna, principalmente em apenas um dos lados do corpo;
  • Falas confusas ou distorcidas, com voz arrastada;
  • Dificuldade de visão;
  • Desequilíbrio;
  • Fraqueza em um lado do corpo;
  • Dificuldade para engolir;
  • Alterações na sensibilidade;
  • Desvio de rima labial (ou sorriso torto).

Fatores de risco do AVC em mulheres

A avaliação sistemática dos fatores de risco é importante para o avanço da medicina. No estudo da revista Stroke, afirma-se que as mudanças do corpo das mulheres durante a gravidez, menopausa e idade avançada afetam diretamente os riscos de derrame, já que elas ficam mais vulneráveis e os AVC’s podem ser fatais. Além disso, medicamentos como anticoncepcionais ou reposição de hormônios Terapia de Reposição Hormonal (TRH) aumentam o risco de derrame.

Entre os fatores de risco que são comuns nas mulheres e nos homens:

  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Pressão alta;
  • Colesterol elevado;
  • Tabagismo;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Diabetes;
  • Predisposição a doenças cardiovasculares.( História Familiar abaixo dos 60 anos de idade).

Um dos fatores que contribui para a probabilidade de AVC é a questão de as mulheres viverem mais do que os homens. Com maior expectativa de vida, as chances de pressão alta e AVC aumentam.

Quais são os tipos de AVC?

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) em inglês STROKE, é a doença com mais taxas de mortalidade no Brasil. Acontece devido ao rompimento de alguma veia que leva o sangue ao cérebro, interrompendo o fornecimento de sangue ou coágulo sanguíneo que causa falta de oxigênio e nutrientes. O AVC, portanto, causa morte das células cerebrais. 

Há três categorias de AVC mais comuns, sendo:

  • AVC isquêmico: coágulo que entope alguma artéria;
  • AVC hemorrágico: ruptura de vasos sanguíneos/coágulos temporários;
  • AVC transitório, denominado Acidente Isquêmico Transitório (AIT): o AIT é um sinal de alerta para acidente vascular cerebral isquêmico iminente. As pessoas que tiveram AIT possuem uma alta probabilidade de sofrer um AVC, principalmente durante as primeiras 24-48h.

Tratamento do AVC para mulheres e em homens

A recuperação do AVC em mulheres é mais difícil, em comparação ao homem. A avaliação diagnóstica inicia-se no hospital e pode ser transferida para locais diferentes ou até mesmo cuidados domiciliares e atendimentos on-line. Eles complementam a terapia ambulatorial e supervisionam os cuidados paliativos.

Com sintomas divergentes, o tratamento também deve ser visto em outro prisma. Os tratamentos de emergência incluem cuidados não invasivos e exames terapêuticos, principalmente pelo fato de que os sintomas que as mulheres experimentam podem atrasar o diagnóstico de AVC.

Nos tratamentos, as alternativas incluem uma combinação de fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional para retomar habilidades cognitivas importantes na qualidade de vida.

Além das sequelas físicas, as mulheres estão suscetíveis a vivenciar pós-AVC, sintomas de:

  • Depressão;
  • Fadiga;
  • Deficiência mental;
  • Rotina prejudicada;
  • Deficiências relacionadas ao AVC;
  • Redução da qualidade de vida.

Prevenção do AVC no sexo feminino

A variação de idade, tipo, intensidade e sexo são determinadas pelo neurologista, o profissional adequado a tratar e prevenir sintomas de AVC. Por isso, em casos de sintomas descritos ou dúvidas perante a doença, é importante marcar uma consulta com o médico neurologista para descartar a possibilidade de um AVC.

Curiosidade: dia 29/10 é considerado o Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Mariam Ali et al. Sex Differences in Presentation of Stroke: A Systematic Review and Meta-Analysis
Stroke. 2022;53:345–354. DOI: 10.1161/STROKEAHA.120.034040

Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista Clínico

CRM: 145.455 RQE 89792

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Dr. Bruno Miniello

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