O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla é uma patologia neurológica desmielinizante que afeta o Sistema Neurológico Central (SNC). Em outras palavras, a esclerose múltipla é uma doença crônica caracterizada por mecanismos inflamatórios e degenerativos.

Curiosidade: segundo a LEI Nº 11.303, DE 11 DE MAIO DE 2006, o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla é 30 de agosto.

Como a esclerose múltipla se desenvolve?

Segundo o médico Drauzio Varela, a “Esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune.”. Estudos afirmam que os mecanismos imunológicos e a inflamação são sintomas fundamentais para o desenvolvimento da patogênese.

Entretanto, ainda não é certo se a inflamação desmielinizantes é um evento inicial da cascada dos sintomas fisiopatológicos ou se é o evento secundário em resposta a algum agente infeccioso, ainda desconhecido no organismo. Há a hipótese de que o desenvolvimento da esclerose múltipla está intrinsecamente ligado a uma degeneração do SNC.

Partindo desse princípio, o sistema imunológico ataca os componentes da bainha mielina no SNC e desorganiza os comandos cerebrais. Então, inicia-se a doença chamada desmielinizante.

Por isso, tem-se debatido sobre o evento primário: afinal, a esclerose múltipla é autoimune ou inflamatória? Não temos bases científicas suficientes para afirmar as causas das doenças, mas a evolução depende de cada indivíduo.

Casos de esclerose múltipla no Brasil

Segundo a neurologista Liliana Russo “O Brasil é um país continental, com várias lacunas que precisam ser preenchidas na sua diversidade regional no que tange a desigualdades de distribuição de profissionais, metodologia diagnóstica, acessibilidade medicamentosa e equipes multidisciplinares”.

No país, a probabilidade de casos está entre 15 por 100.000 habitantes, conforme a Federação Internacional de Esclerose Múltipla e Organização Mundial da Saúde de 2013. É classificada no Brasil como doença rara, mas o Ministério de Saúde oferece medicamentos gratuitamente.

No mundo, o número de pessoas com EM aumentou exponencialmente para 2 milhões de casos em 5 anos.

Além disso, os casos da doença afetam diretamente o mundo de trabalho e a ociosidade de uma parcela da população, sendo o motivo da urgência do tratamento. Com base nisso, pesquisas indicam que o tempo de tratamento da doença é 3x maior em outras doenças (13 anos de tratamento para EM enquanto demais patologias são de 4 anos, em média).

A EM manifesta-se como:

— Remitente-recorrente (EMRR);

— Secundária progressiva (EMSP);

— Primária progressiva (EMPP);

— Múltipla progressiva recorrente (EMPR).

Fatores de risco da esclerose múltipla

Geralmente, essa disfunção neurológica afeta pessoas de 20 a 40 anos, predominantemente mulheres. Entretanto, várias discussões apontam sobre os fatores genéticos e fatores ambientais que aumentam significativamente a incidência de casos da doença.

Consoante a pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Washington, o cérebro feminino tem uma quantidade maior da proteína S1PR (proteína que protege as células cerebrais dos componentes prejudiciais e agentes infecciosos). Assim, a esclerose múltipla é mais prevalente nas áreas neurológicas em que é possível encontrar mais essa proteína. Por esse motivo, a esclerose múltipla afeta mais mulheres a homens, provocando eventos patológicos dificultando a mobilidade e funcionalidade motoras e sensitivas.

Com essas informações, na consulta é imprescindível a avaliação dos fatores genéricos e fatores de risco ambientais, sendo eles:

  • Obesidade na adolescência;
  • Baixa exposição à luz solar;
  • Deficiência de vitamina D;
  • Fumantes passivos (tabagismo);
  • Autoexposição ao café;
  • Exposição alcoólica;
  • Soropositividade para o vírus Epstein-Barr;
  • Mononucleose infecciosa.

Essas exposições ambientais aumentam de 20 a 30% a probabilidade da doença inflamatória. Desse modo, os profissionais baseiam-se na susceptibilidade genética como fator de alerta para o tratamento e diagnóstico da doença.

Sintomas

  • Alterações fonoaudiológicas;
  • Fadiga;
  • Distorção visual, diplopia;
  • Perda de equilíbrio e coordenação;
  • Espasticidade;
  • Transtornos sociocognitivos;
  • Incontingência urinária;
  • Depressão;
  • Formigamento;
  • Espasmos musculares;
  • Perda de força.

Os sintomas são variados e podem ser controlados, já que não há cura para a EM. Vale ressaltar ainda que a doença não é contagiosa, não é possível prevenir com vacinas/ remédios e não é uma doença mental. O tratamento realiza a diminuição da progressão da doença e aumenta a qualidade de vida do paciente, assim como diagnóstico precoce minimiza sequelas permanentes.

Diagnóstico

O médico profissional irá definir o tratamento e as condições do paciente. O diagnóstico é realizado por meio dos seguintes meios:

  • Ressonância Magnética de Imagem (RMI) e medula espinhal;
  • Teste de função neurológica (sensibilidade, toque e força);
  • Punção lombar para coleta de liquor (líquido cérebro-espinhal, LCR);
  • Exame de sangue.

Tratamento

Os tratamentos são múltiplos, geralmente com medicação via oral. Em alguns casos é necessário o acompanhamento com o neurologista clínico e o fisioterapeuta, para auxiliar na mobilização do paciente. Alguns dos tratamentos recomendáveis incluem:

  • Pulsoterapia;
  • Tratamentos imunossupressores orais;
  • Transplante autólogo de células troncos hematopoiéticas;

Do mesmo lado, a Terapia Modificadoras da Doença (TMD) auxilia no tratamento com:

  • Natalizumabe;
  • Acetato de Glatirâmer;
  • Interferon beta;
  • Teriflunomida;
  • Fumarato de Dimetila;
  • Fingolimode;
  • Alentuzumabe;
  • Ocrelizumabe.

Impacto da Esclerose Múltipla

Em síntese, a EM é uma doença que necessita de estudos e aprofundamento dos tratamentos, tanto para diminuir os casos quanto para questionar a inviabilização da prevenção! Em casos de sintomas, sempre procure um profissional qualificado para diagnóstico e tratamento correto.

Dr. Bruno Miniello- Neurorradiologista e Neurologista Clínico

CRM: 145.455

RQE: 89792.

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Dr. Bruno Miniello

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