Autismo: entenda o que é, todos os tipos e como identificar

O Transtorno de Aspecto Autista é uma condição no desenvolvimento do cérebro que afeta o relacionamento de uma pessoa com outras e com o ambiente. Esse déficit é caracterizado na socialização, comunicação verbal e escrita, além do comportamento.

O autismo possui uma quantidade abrangente de subtipos e níveis e os impactos na vida de uma pessoa podem variar bastante também. Enquanto muitos sofrem com graus mais graves de autismo, outros também possuem esse espectro e vivem suas vidas normalmente sem sequer serem diagnosticadas.

Os principais sinais do autismo

Os primeiros aspectos do autismo costumam aparecer a partir de um ano e meio de idade, ainda que, em casos mais graves, eles possam aparecer antes. É importante que, ao detectar qualquer um desses sinais na criança, os responsáveis devem procurar atendimento especializado.

Dentre os principais sinais estão:

– Contato visual: pessoas com autismo em sua maioria não consegue manter mais do que 2 segundos de contato visual olho no olho;

– Atender pelo nome: algumas crianças não atendem pelo seu nome. Essa condição muitas vezes se confunde com surdez;

– Movimentos repetitivos: crianças autistas tendem a repetir movimentos corporais repetitivos e sem nenhum motivo aparente. Balançar as duas mãos soltas ou tronco para frente e para trás são os mais comuns;

– Isolamento: quando a criança não tem interesse em outras crianças. Nesse caso, ela prefere se isolar ainda que estejam em um ambiente com outras pessoas;

– Fala: não falar ou não se comunicar por nenhum gesto. Muitos autistas, apesar de conseguirem falar, preferem utilizar outras formas.

– Interesse restrito (hiperfoco): quando a criança possui sua atenção totalmente voltada para apenas um local ou objeto. Por exemplo, ao invés dela se concentrar em um brinquedo de carrinho de forma geral, ela se foca apenas em uma das rodas.

Os tipos e níveis de autismo

Há ao todo quatro tipos de autismo, todos eles possuem sintomas diferentes e podem ter graus de intensidade. Confira quais são:

Síndrome de Asperger: considerada a forma mais leve do autismo, quem possui essa síndrome normalmente possui uma inteligência acima da média. Além disso, o autista pode se tornar obsessivo por um objeto ou assunto específico, podendo ficar falando horas sobre eles.

Transtorno Invasivo de Desenvolvimento: é uma fase intermediaria do autismo. Os sintomas variam e podem ser dificuldades com interações sociais, algum comprometimento na comunicação verbal ou gestual.

– Transtorno autista: os sintomas nesse tipo são semelhantes à Síndrome de Asperger e do Transtorno Invasivo de Desenvolvimento, porém são mais graves e afeta o paciente de forma mais intensa. Relacionamentos sociais, cognição e linguísticas são alguns dos aspectos atingidos.

Transtorno Desintegrativo da Infância: é o tipo mais grave do espectro autista e o mais raro. Nesse caso a criança irá ter um desenvolvimento normal até os 2 ou 4 anos. A partir daí, parte de suas habilidades linguísticas, intelectuais e cognitivas são perdidas e não podem ser recuperadas.

Além disso, para cada um dos tipos, existem três níveis que indicam a intensidade dos sintomas no paciente. São eles:

Nível 1 (leve): no primeiro nível as crianças têm mais dificuldades em dar início a uma relação social e pouco interesse em interagir com as outras. Também apresentam dificuldades em fazer planejamentos e se organizar.

– Nível 2 (moderado): além dos sintomas mais agravados do primeiro nível, a criança também possui dificuldades em conseguir mudar seus comportamentos repetitivos e para mudar o seu foco para outra coisa.

– Nível 3 (grave): nesse nível, a criança apresenta graves dificuldades em conseguir se comunicar, seja de forma verbal ou não verbal, além disso, os impactos também são mais agressivos em suas funções cognitivas.

Como é o tratamento do Transtorno de Espectro Autista?

Normalmente os pais são os primeiros a perceberem os sintomas do autismo, ainda nos primeiros anos da infância. Conforme o tipo e nível, esses sinais são mais sutis e podem até serem confundidos com timidez ou excentricidade.

Caso seja identificado algum sintoma de TEA, deve-se levar a criança até um profissional especializado como um neurologista pediátrico (no caso de crianças e adolescentes) ou psiquiatra. Conforme o diagnóstico do especialista, é dado início ao tratamento.

Normalmente o tratamento é multidisciplinar e, pelo fato de o autismo não ter cura, ele persiste durante toda a vida. Dentre os principais acompanhamentos estão:

Fonoaudiologia: com o acompanhamento de um fonoaudiólogo, o paciente poderá trabalhar e melhorar a sua comunicação verbal, aumentando o vocabulário e a entonação de voz. No caso de crianças, isso é feito por meio de brincadeiras e jogos para atrair sua atenção.

Psicoterapia: esse tratamento é feito junto a um psicólogo. Ele pode ser feito tanto em sessões individuais como em grupo.

Remédios: apesar de não haver um medicamento exclusivo para o autismo, os remédios podem ajudar a combater outros sintomas que interferem na qualidade de vida do paciente como: hiperatividade, compulsividade, ansiedade e depressão.

Por fim, é importante que o autista tenha uma rede de pessoas que possam lhe apoiar durante sua vida. A família ganha um papel protagonista aqui, entendendo suas limitações e o ajudando a lidar com as dificuldades e desafios.

Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista

CRM: 145.455

RQE 89792

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Dr. Bruno Miniello

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