Entenda a síndrome da pessoa rígida

Recentemente, a cantora Céline Dion, de 54 anos, revelou estar fazendo tratamento de uma doença neurológica rara, a síndrome da pessoa rígida. Por conta dos sintomas dessa doença, diversos shows da sua turnê precisaram ser cancelados ou adiados.

Nesse post, entenda o que é a síndrome da pessoa rígida, seus sintomas, como é feito seu diagnóstico e quais são as alternativas do seu tratamento.

O que é?

Também conhecida como síndrome de Stiff Person, essa doença é autoimune, ou seja, é causada pelo sistema imunológico do corpo que ataca outras células do sistema nervoso. Isso desencadeia, dentre outros sintomas, dores e espasmos musculares em diversas partes do corpo.  

É estimado que a síndrome da pessoa rígida prevalece de 1/1.000.000 pessoas. A faixa etária mais comum de pacientes acometidos por essa doença estão está entre 35 e 50 anos.

Geralmente, é verificado a presença de autoanticorpos contra descarboxilase do ácido glutâmico. Esses autoanticorpos ataca uma enzima necessária de um neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central. Desencadeando o desenvolvimento da síndrome da pessoa rígida.

As principais causas da síndrome da pessoa rígida

A síndrome de Stiff Person é causada quando o sistema de anticorpos do paciente ataca células do próprio corpo, especificamente do sistema nervoso, impactando no relaxamento dos músculos e causando os principais sintomas da doença.

Em muitos casos, não é possível saber a causa exata que desencadeia a produção desses anticorpos.

Em algumas ocasiões, no entanto, pode-se relacionar esse comportamento do sistema imunológico em situações de o paciente possuir algum tumor. Outra possibilidade é quando a pessoa já possui uma pré-disposição genética para esse tipo de doença.

Os principais sintomas

Os sintomas da síndrome da pessoa rígida aparecem de forma gradual e lenta, podendo ser imperceptível nos primeiros meses desde a manifestação da doença. Um dos primeiros locais que essa doença afeta é a região do tronco, nesse estágio, o principal sintoma é a dificuldade para girar ou dobrar o tronco.

Em momentos de estresse, esforços físicos ou qualquer condição semelhante, os sintomas da síndrome de Stiff Person tendem a se intensificarem.

Dentre os principais sinais, estão:

– Rigidez nos músculos dos braços, pernas e troncos;

– Perca de equilíbrio;

– Contrações musculares dolorosas que aparecem de repente em todo o corpo;

– Articulações e a coluna vertebral se deformam com o tempo;

– Espasmos musculares súbitos;

Por conta desses espasmos, o paciente também pode desenvolver distúrbios psicológicos como ansiedade e depressão, já que toda a sua rotina será afetada por conta dos sintomas dessa síndrome.

Apesar de serem raras, existem variações da síndrome de Stiff Person. Em algumas delas, o que pode ocorrer é que a síndrome afeta apenas algumas partes específicas do corpo, como apenas braços ou pernas.

Fazendo o diagnóstico da síndrome da pessoa rígida

O diagnóstico dessa doença é complexo. Isso porque não existe um exame específico para localizar a síndrome, sendo necessário que o neurologista faça uma investigação a partir dos sintomas apresentados pelo paciente.

Uma das principais dificuldades é o fato de que os sintomas dessa síndrome são muito semelhantes a diversas outras doenças. Nesse caso, antes de qualquer coisa, é preciso descartar todas as outras possibilidades.

Dentre os principais exames que podem ser solicitados estão: exames de sangue, eletroneuromiografia e a dosagem de anticorpos. Este último é muito importante, pois é possível verificar como o sistema imunológico da pessoa irá reagir a determinados tratamentos.

Caso a diabete, hipotireoidismos, tumores ou doenças celíacas estiverem no histórico do paciente, também podem ser solicitados exames como: dosagem de glicose, hormônios da tireoide ou ressonância magnética.

O tratamento da síndrome

Assim como muitas doenças autoimunes, a síndrome da pessoa rígida não tem cura. Por conta disso, o principal foco do tratamento é aliviar os sintomas físicos por meio de medicamentos.

Sedativos podem ser receitados para ajudar no alívio da rigidez muscular que ocorre de forma constante.

Outro medicamento que pode vir a ser utilizado como tratamento é a imunoglobulina. Nesse caso, o remédio é administrado pela veia e, por conter diversos anticorpos coletados em sua solução, pode aliviar os sintomas por até 12 meses.

Por terem efeitos adversos a longo prazo, os corticoides podem ser receitados, mas sempre de forma controlada e esparsa de acordo com o que o neurologista achar mais correto.

A fisioterapia também pode ser uma alternativa, vide que ela ajuda os pacientes com o desequilíbrio e a limitação dos movimentos.

Quando uma pessoa começa a apresentar dores e inflexibilidade na região do tronco, é importante que ela procure ajuda profissional. Quanto mais cedo for o diagnóstico, com mais eficácia os sintomas podem ser tratados.

Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista

CRM: 145.455

RQE 89792

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Dr. Bruno Miniello

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