A depressão pós-AVC e seus sintomas

Além das manifestações físicas diagnosticadas em pessoas vítimas de um acidente vascular cerebral (AVC), a depressão é um sintoma psicológico muito presente nesses pacientes. No artigo de Depressão pós-AVC, de Luisa de Marillac Niro Terroni, que analisa os aspectos psicológicos de vítimas de AVC, foi verificado que 20% a 50% dos pacientes que sofreram um ataque foram diagnosticados com algum grau de depressão. Apesar da grande ocorrência, essa complicação não é tratada corretamente, ou sequer é diagnosticada, podendo agravar ainda mais o quadro de um paciente pós-AVC.

A depressão causada pelo AVC também pode trazer outras consequências psicológicas que, se não forem tratadas, podem deteriorar rapidamente a saúde mental do paciente, sendo a ansiedade a mais comum e, em casos mais graves, tendências suicidas. É importante que esses sintomas sejam detectados cedo para que haja um tratamento adequado tanto para o corpo quanto para a mente.

Sintomas da depressão após um AVC

Quando um paciente é vítima de um AVC, as sequelas apresentadas limitam suas capacidades de tarefas diárias, afetando aspectos físicos, psicológicos e sociais. Outro fator que influencia o desenvolvimento de um quadro depressivo é a incapacidade de o paciente em poder voltar a exercer sua profissão.

No mesmo artigo Depressão pós-AVC, é possível notar que, a depressão ocorre quando há uma perda considerável na qualidade de vida. A situação é agravada ainda mais quando o paciente não ter mais capacidade para voltar a trabalhar. Isso ocorre devido a importância do que o trabalho possui na vida, tanto pelo status social quanto por ser o principal modo de sobrevivência para muitos. Quando esses dois fatores são perdidos pelo paciente, a qualidade de vida é, em muitos casos, severamente prejudicada.

Por isso, é importante estar atento em algumas mudanças de comportamento que um paciente pode vir a ter:

– Redução na demonstração de emoções;

– Isolamento social e tristeza;

– Alterações no apetite;

– Fadiga;

– Queixas de dificuldade em se concentrar;

– Ideias de desesperança e inutilidade.

Ansiedade e suicídio: outros aspectos psicológicos no pós-AVC

Apesar da depressão ser o quadro psicológico mais comum em vítimas de um ataque vascular cerebral, outras condições podem ser diagnosticadas e estão intimamente ligadas ao quadrodepressivo.

A primeira delas é a ansiedade. Esse sintoma é uma perturbação comum para aqueles que sofreram um AVC. Assim como a depressão, a ansiedade também ocorre por conta das dificuldades psicológicas de adaptação às consequências do ataque. É comum que o paciente se sinta mais ansioso nos primeiros seis meses após o AVC, principalmente por conta do processo de adaptação.

Em casos mais sérios, quando há um agravamento dos quadros depressivos, somados a questões patológicas o paciente pode desenvolver pensamentos com tendências suicidas. Em casos como esse, é fundamental que a família ou pessoas próximas fiquem atentas em uma piora no psicológico do paciente e procurem ajuda imediatamente.

De acordo com uma pesquisa sobre a relação de traumatismos cranioencefálicos e suicídio, que acompanhou uma quantidade determinada de pacientes vítimas de AVC em diversos períodos, foi observado que 7,3% deles desenvolveram concepções suicidas no período em que esteve dentro de um hospital. Esse número aumenta para 11,3% durante o período de reabilitação. Conforme o estudo apontou, verificou-se que essas tendências suicidas se manifestaram principalmente em pessoas que tinha algum antecedente psicológico como: histórico psiquiatra, abuso ou dependência de álcool.

Tratamento da depressão e dos sintomas psicológicos

Para um tratamento efetivo contra a depressão pós-AVC é fundamental que seus sintomas e de outras patologias psicológicas, como a ansiedade, sejam detectadas nos primeiros meses de recuperação. Procurar um neurologista é o primeiro passo, para que o profissional possa receitar os medicamentos corretos para auxiliar no tratamento tanto das sequelas do AVC quanto das outras condições.

Além disso, manter uma rotina saudável de exercícios físicos, boa alimentação e um sono regulado também ajuda a manter a qualidade de vida para que, aos poucos, outras atividades cotidianas possam ser retomadas. Por fim, ir a um psicólogo é também importante para ele possa realizar todo o acompanhamento da depressão e possa auxiliar o paciente com os sintomas depressivos.

Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista

CRM: 145.455

RQE 89792

Compartilhe:

Dr. Bruno Miniello

Online

Agende sua consulta, informe os dados abaixo:

O Bruno Miniello utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência. Ao continuar navegando, você concorda com a utilização dessas tecnologias, como também, concorda com os termos da nossa política de privacidade.