Como o uso da aspirina pode ajudar no tratamento do AVC?

O uso da aspirina ou ácido acetilsalicílico (AAS) é um remédio popular utilizado para tratar inflamações, aliviar dores e reduzir febre. Além disso, a aspirina também é utilizada como anti-agregaste plaquetário , auxiliando no tratamento de pacientes que tiveram AVC e reduzindo as chances de novos ataques.

Esse remédio pode ser comprado em farmácias e drogarias em formato de comprimidos para uso adulto. A aspirina é comumente encontrada em medicamentos juntamente com cafeína para auxiliar na dor de cabeça, além de ser utilizada em formato de efervescente com a vitamina C para combater gripes e resfriados.

A aspirina é receitada por cardiologistas para evitar complicações cardíacas relacionadas a trombos e coágulos sanguíneos. Por conta disso, o AAS é utilizado igualmente para prevenir infartos, AVC e ataques isquêmicos transitórios (AIT)

Usos comuns da aspirina

A aspirina é utilizada amplamente para reduzir diversos sintomas. Dentre os mais comuns estão:

– Dor de cabeça;

– Dor de dente;

– Dor nas costas;

– Dor da artrite;

– Redução na febre;

– Inflamações generalizadas.

Cuidados no tratamento com o AAS

A aspirina não é recomendada para crianças menores de 12 anos, não deve ser utilizada por mais de 3 a 5 dias sem antes consultar o médico e mulheres grávidas não devem tomar aspirina sem orientação médica. O uso da aspirina deve ser feito com cautela para pacientes que possuem asma preexistente, doenças respiratórias crônicas e com funcionamento dos rins ou fígados prejudicados. Além disso, pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos precisam tomar cuidado, pois o ácido acetilsalicílico pode levar a um aumento na tendência a sangramentos durante e após a cirurgia.

Para crianças menores de 12 anos, a dose da aspirina deve ser dada de forma individualizada de acordo com a indicação do pediatra, sendo que o medicamento só deve ser ingerido somente durante o período de tratamento.

O prolongamento do uso da aspirina pode causar complicações gástricas, além de tonturas, zunidos ou confusão mental. Em efeitos colaterais mais graves, o médico deve ser procurado imediatamente se houver sangramentos pelo nariz, gengiva e na região íntima. O mesmo ocorre nos casos em que há sensação de fechamento da garganta, dificuldade para respirar, inchaço na boca e no rosto.

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O uso da aspirina em casos de AVC

Para pacientes que foram vítimas de um AVC isquêmico ou ataque isquêmico transitório, o uso da aspirina pode ser utilizado no tratamento para reduzir as chances de um novo ataque. Em alguns casos nem sempre a aspirina é o medicamento mais indicado para essas doenças e o uso indiscriminado pode causar efeitos colaterais mais severos.

Em casos de AVC, é de suma importância que o paciente verifique com o médico a utilização desse medicamento no tratamento.

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Alternativas e complementos ao uso da aspirina em AVC

Apesar de ser comum a utilização do AAS para evitar um novo AVC, nem sempre isso pode garantir uma proteção secundária para futuros ataques. A primeira coisa a se fazer nesse caso é buscar o atendimento de um médico neurologista vascular, para que seja possível individualizar o tratamento e entender exatamente o que originou o AVC.

Mesmo a aspirina sendo um medicamento muito popular, dependendo da origem do AVC, talvez ela não seja a mais indicada para a prevenção secundária. Assim como o AAS, existem outras medicações antiagregantes plaquetários que podem ser mais efetivas de acordo com o tipo e a origem do AVC no paciente.

Em alguns casos, outra forma de reduzir as chances de um novo ataque, é fazer um tratamento utilizando outro antiagregante juntamente com a aspirina, ainda que essa alternativa precise ser analisada com cuidado. Em um estudo (PSP3) feito acompanhando cerca de três mil pacientes que tiveram um AVC bastante comum em idosos, foi utilizado dois antiagregantes em longo prazo e os resultados mostraram um aumento no risco de novos sangramentos, principalmente os pequenos AVCs, chamados de lacunares.

Já em outro estudo divulgado pela AstraZeneca sobre a utilização de AAS juntamente com o Ticagrelor, foi realizado o tratamento para prevenção secundária durante trinta dias em cerca de onze mil pacientes, foi verificado que houve uma diminuição nas chances de um ataque ou morte nesse período. Desta forma, é possível ver que os tratamentos a curto prazo têm uma eficácia maior em conseguir prevenir um novo AVC nos pacientes.

Em casos como esses, é fundamental que essas medicações não devem ser autoadministrada e todo o acompanhamento na prevenção do AVC necessitam de um acompanhamento de um neurologista. Desta forma o profissional irá analisar todas as particularidades do caso e indicar o melhor tratamento baseado no histórico do paciente.

S. Claiborne Johnston, M.D., Ph.D. Clopidogrel and Aspirin in Acute Ischemic Stroke and High-Risk TIA. POINT Trial.N Engl J Med 2018;379:215-25. DOI: 10.1056/NEJMoa1800410

Yongjun Wang, M.D.Clopidogrel with Aspirin in Acute Minor Stroke or Transient Ischemic Attack.CHANCE Trials.N Engl J Med 2013;369:11-19. DOI: 10.1056/NEJMoa1215340

Pierre Amarenco, MD. Ticagrelor Added to Aspirin in Acute Ischemic Stroke or Transient Ischemic Attack in Prevention of Disabling Stroke A Randomized Clinical Trial. JAMA Neurol. 2021;78(2):177-185. doi:10.1001/jamaneurol.2020.4396

Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista

CRM: 145.455 RQE 89792

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Dr. Bruno Miniello

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