O ex-jogador de basquete, Oscar Schmidt, diagnosticado com câncer no cérebro, recentemente anunciou que não iria mais prosseguir com o seu tratamento para as metástases cerebrais.
As metástases cerebrais são tumores no cérebro, mas que tem origem em outras partes do corpo. Isso pode ocorrer quando há o rompimento da barreira do tecido sadio pelas células cancerígenas, espalhando-as para outras partes do corpo.
Esse comportamento faz com que as células se repliquem e espalhem o tumor para diversas outras áreas do corpo, criando diversas metástases em diferentes locais, inclusive no cérebro.
Por conta do envelhecimento da população, o câncer se tornou uma das maiores causas de mortalidades. Isso também significa que a metástase cerebral é o tipo de tumor mais comum em adultos.
As metástases podem surgir de qualquer ponto?
Sim. Diversos tumores malignos podem criar metástases que irão até o cérebro. Elas podem ser únicas ou múltiplas, podendo estar localizadas em praticamente qualquer lugar do órgão.
De acordo com estudos, cerca de 10% a 30% de pacientes em tratamento contra o câncer, irão apresentar metástases para o cérebro. Além disso, os tumores que mais podem originar esses males na região nervosa estão localizados nos:
– Melanomas;
– Mama;
– Rins;
– Pulmões.
Como é feito o diagnóstico dessa doença?
Os diagnósticos de metástases cerebrais são comumente feitos quando o paciente já tem ciência do tumor inicial e apresenta sintomas neurológicos. Assim, quando é levantada essa suspeita, são realizados exames com imagens para fazer a validação do diagnóstico.
Também é possível que o diagnóstico seja feito mesmo quando não há o aparecimento de sintomas, nesse caso, o tumor pode ser descoberto quando o paciente realiza seus exames de rotina.
Exames de ressonância magnética pode, de maneira muito eficaz, identificar quaisquer lesões no cérebro que sugerem a presença de uma metástase.
Dessa forma, para se ter certeza de que o diagnóstico é concreto, é necessário remover o tumor por meio de cirurgia para depois analisar. Nesse caso, o neurologista irá fazer a comparação das células encontradas na metástase retirada e daquelas do seu tumor primário.
Os principais sintomas das metástases cerebrais
Dependendo da origem da metástase, alguns sintomas podem variar. Porém, de maneira geral, os mais comuns são:
– Dor de cabeça: o mais notável e presente dos sintomas, normalmente, é pior quando o paciente tosse, faz esforço físico ou até mesmo se deita;
– Náuseas e vômitos: normalmente acompanhando a dor de cabeça, é possível que o paciente também sinta náuseas com mais frequência;
– Perda de memória: dependendo do local em que a metástase surgiu, é possível que a pessoa apresente perda de memórias;
– Dificuldade de movimentações: também são afetadas as articulações nervosas, fazendo com que o paciente tenha dificuldades em mover os braços, pernas ou em um lado do corpo;
– Alterações no humor: mudanças bruscas de personalidade e humor são sintomas que podem acompanhar o surgimento de uma metástase;
– Convulsões: ocasionadas devido a atividades elétricas a normais no cérebro.
Ainda que esses sintomas possam estar relacionados a outras condições que não uma metástase cerebral, se o paciente já tiver algum tumor, é importante que ele procure um neurologista.
Quais são os tratamentos?
A forma como o tratamento pode ser direcionado no caso de metástases precisa considerar diversos motivos. Um deles é saber qual é o tumor primário do paciente, pois dependendo dele, a estratégia para tratar a metástase poderá variar.
Outra situação que pode ocorrer é quando a metástase cerebral é o primeiro sinal de que o paciente possui outro tumor no corpo. Nesse caso, é realizado um estudo e um mapeamento pela equipe médica para identificar onde está localizado o câncer do paciente.
O acompanhamento durante o tratamento é feito por uma equipe médica multidisciplinar e pode envolver diversas áreas da medicina. Ter o acompanhamento de um neurologista é fundamental, vide que a metástase está localizada no cérebro.
Em conjunto, o médico oncologista também tem papel fundamental no tratamento do tumor primário, fazendo o diagnóstico para identificar o tipo, estado atual da disseminação e dará início ao tratamento inicial de acordo com a situação.
Por fim, a cirurgia e a radioterapia são os caminhos mais comuns no tratamento das metástases cerebrais. Além disso, o procedimento cirúrgico também pode tratar complicações causadas por metástases como: bloqueio na circulação e sangramentos.
O tratamento da metástase cerebral envolve cuidado e decisões importantes. Por isso, é importante sempre conversar com o médico, seguir as orientações e mantê-lo informado conforme o tratamento segue o seu curso.
Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista
CRM: 145.455
RQE 89792