O que é a agnosia? Qual é seu diagnóstico e tratamento?

Recentemente, o ator Brad Pitt afirmou que sofre de uma doença chamada prosopagnosia, um subtipo de agnosia que o impede reconhecer o rosto de outras pessoas. Assim como o caso do ator, a agnosia de forma geral compromete as capacidades do paciente em reconhecer objetos, sons ou pessoas.

Os tipos mais comuns de agnosia

A agnosia é normalmente diagnosticada quando há algum tipo de lesão no cérebro na região responsável pela memória. Essa lesão pode vir de diversas formas, como: AVC, tumores e traumatismos cranianos. Além disso, ela também pode ser ocasionada pela deterioração dessa mesma região por conta de doenças degenerativas como Parkinson e Alzheimer.

Existem cinco tipos comuns de agnosia e todos estão relacionados a um dos sentidos humanos, sendo:

– Audição: incapacidade do paciente identificar objetos por meio do som.

– Paladar: dificuldade em saber o alimento pelo sabor.

– Olfato: impossibilidade de identificar coisas pelo cheiro.

– Tato: já aqui, o paciente não consegue identificar o objeto pelo toque, apenas se tiver um contato visual com ele.

– Visão: ao contrário da agnosia pelo tato, a agnosia visual impede que o paciente reconheça objetos por meio da visão.

Os subtipos mais complexos de agnosia

Apesar dos sentidos serem os mais afetados pela agnosia, a lesão causada no cérebro pode desencadear alguns subtipos dessa doença que são mais complexos e podem afetar ainda mais o dia a dia dos pacientes. Eles são os seguintes:

Prosopagnosia: a mesma que Brad Pitt afirmou ter recentemente em uma entrevista. A prosopagnosia faz com que o paciente não consiga se lembrar de rostos familiares, mesmo amigos próximos. Além disso, a pessoa tem dificuldades em classificar objetos em particular.

Anosognosia: essa doença faz com que o paciente não consiga enxergar que possui algum tipo de déficit. Se, por decorrência de um AVC, por exemplo, ele perder parte dos movimentos do corpo, o paciente ainda irá afirmar não haver nada de errado com seu corpo.

Simultanagnosia: descrito como uma condição em que a pessoa vê uma cena com vários elementos nela, mas não consegue atribuir um significado ao coletivo dela. Por exemplo, um paciente com simultanagnosia pode ver uma mesa cheia de alimentos, mas dirá que só viu um pão e nada mais nela.

Síndrome de Balint: é uma junção de três tipos de agnosia ligadas a visão. A simultanagnosia, a ataxia óptica e apraxia ocular. O paciente não consegue significar uma cena, possui dificuldades em controlar os movimentos oculares voluntários e não conseguem alcançar alvos visuais.

Diagnóstico da agnosia

O diagnóstico tem como primeira finalidade, identificar os quadros potencialmente reversíveis que podem ser resultados de: alterações metabólicas, infecções e intoxicações. Para auxiliar na obtenção de um resultado preciso, o paciente é submetido em diversas etapas. Dentre elas estão:

– Exames com imagem: com as imagens do cérebro, é possível verificar qual região do órgão foi afetado e se foi de fato uma lesão ou é uma degeneração causado por outra doença. Dessa forma, dependendo do tipo da ocasião, é possível deduzir qual subtipo de agnosia afeta o paciente.

– Exames neurológicos: já os exames neurológicos têm como objetivo detectar algum déficit em funções comuns dos sentidos e nas habilidades de comunicação. O médico neurologista pode solicitar ao paciente que ele nomeie diversos objetos ao seu redor e, a partir dessas respostas, notar quais sentidos podem ter sido afetados.

– Testes neuropsicológicos: nos testes neuropsicológicos se avalia a possibilidade de detectar algum subtipo de agnosia que seja mais sutil. Esses testes são padronizados de forma que forneça informações sobre toda a região cerebral. Eles avaliam a atenção, memória, linguagem e percepção do paciente.

Tratamento da agnosia

Assim que forem identificados um ou mais sintomas dessa doença, um médico neurologista deve ser procurado. Feito isso, o profissional irá realizar todos os procedimentos necessários para diagnosticar qual tipo de agnosia afeta o paciente e qual é a melhor forma de tratamento.

Muitos fatores podem influenciar na recuperação da agnosia, desde a gravidade da lesão, idade do paciente, antecedentes, cooperação com o tratamento e o subtipo da doença. Por conta dessa pluralidade de casos, além da raridade, o tratamento também pode variar bastante.

Também pode haver a necessidade de uma cirurgia, radioterapia e a utilização de antibióticos. Em casos reversíveis, a recuperação pode demorar de três meses a um ano.

Apesar de haver diversos caminhos para o tratamento, não há uma definição exata de quais serão utilizadas, devido à raridade dessa condição neurológica. Por conta disso, não há um tratamento específico dedicado a agnosia.

Dr. Bruno Gonzales Miniello – Neurologista

CRM: 145.455

RQE 89792

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Dr. Bruno Miniello

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